1º Agrupamento a conseguir a Insígnia Compromisso 2030: 1317 Parceiros (2022)

Todo este nosso percurso começou numa reunião da Equipa Regional do Ambiente e Sustentabilidade, da qual uma caminheira do nosso clã faz parte. Durante uma conversa informal, falaram de um tal projeto – “Compromisso 2030” deixando-a com a “pulga atrás da orelha”. 

E o que é o “Compromisso 2030”? Consiste numa plataforma onde encontras propostas de ações para cada ODS de maneira a contribuir para um mundo mais sustentável, e, se as tuas propostas forem aceites, ganhas uma insígnia! 

Não conseguindo deixar esta oportunidade de lado, no dia seguinte, falou com o Clã Rainha Santa Isabel do Agrupamento 1317 Parceiros. Depois de conversarmos bastante, tínhamos o nosso grupo pronto para meter as mãos à obra, contando então com a participação de: Ana Catarina, Andreia Sousa, Francisco Almeida, Inês Salgueiro, Joana Reis e Mariana Pereira. 

Foram dias a falar e reuniões sem parar de forma a prepararmos as ações da melhor forma possível, tentando otimizar o nosso tempo livre. Com isto, decidimos realizar 3 das 5 ações, durante o acampamento de verão dos nossos exploradores, dias 10 e 11 de julho de 2021 em São Martinho do Porto. Neste fim de semana concretizamos os ODS 9 (Indústria, inovação e infraestruturas), 14 (Proteger a vida marinha) e o 2 (Erradicar a fome), sendo que para o ODS 9 foram construídos abrigos individuais por todos os caminheiros e exploradores, em vez da utilização de tendas; para o ODS 2 foi criada uma horta na nossa sede, utilizando garrafões de água velhos cortados ao meio onde plantámos alface, cebola, fisális e tomate; para o ODS 14 foi feita uma recolha do lixo nos acessos à praia e no próprio local. Esta ação foi a mais impactante para nós, pois, por muito lixo que tentássemos apanhar, quase rompendo os sacos que nos restavam, nunca conseguíamos deixar o lugar 100% limpo e isso fez-nos perceber o quanto esta área estava poluída. Nós consideramos que conseguimos criar algum impacto nas pessoas que se encontravam a praiar na zona, uma vez que fomos abordados por algumas pessoas a agradecerem pelo nosso gesto. 

Os outros dois ODS que realizámos foram o 16 (Paz, justiça e instituições eficazes) onde votámos nas eleições passadas (no dia 26 de setembro de 2021), e o 17 (Parcerias para a implementação dos objetivos) onde participámos numa recolha alimentar, dinamizada pelo Observatório Regional da IV em conjunto com a AMITEI – Associação de Solidariedade Social dos Marrazes, durante o mês de março. 

A concretização deste projeto só foi possível graças ao empenho e desempenho de cada um de nós, e no final valeu a pena porque estas ações abriram os nossos olhos aos problemas que existem atualmente, como também nos encheu o coração pois conseguimos realizar um objetivo nosso fazendo o bem para todos. 

No final, o que vai restar são as memórias da preparação e realização destas ações como também a insígnia na camisa. Um muito obrigado ao Departamento Nacional dos ODS por esta excelente iniciativa.

 

Inês Salgueiro

Clã Rainha Santa Isabel, Agrupamento 1317 Parceiros

Sustentabilidade Ambiental em Campo – Dicas e Jogos (2022)

Neste início de ano e com o regresso aos acampamentos, é fundamental analisar qual a melhor estratégia para a execução de atividades fora da sede. É essencial planear ponto a ponto tudo o que se vai realizar contemplando não só as questões logísticas, pedagógicas e espirituais, mas em tudo pensar de que forma podem estar alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as propostas da Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade dentro desta temática.

A pensar em todos os objetos mencionados anteriormente, este artigo pretende ser uma ferramenta de auxílio, direcionada a todas as secções, no qual constam dicas e ideias de como no planeamento e execução dos acampamentos ou atividades fora da sede, se pode tornar as mesmas o mais ambientalmente sustentável possível, sabendo que existem sempre limitações. Desta forma, lançamos 10 pontos a trabalhar e como os mesmos podem ser explorados:

  1.  Conceber um plano rigoroso e concreto – Ao planear a atividade, é importante definir quais e de que forma se pretende contribuir para os ODS ao longo das atividades. É também relevante, garantir uma gestão eficiente do tempo para que todas as metas previamente estabelecidas possam ser cumpridas.
  2. Planeamento do material – Ao planear o ou os dias é importante programar cada atividade pormenorizadamente, desde os objetivos que se pretende atingir, passando pelo tipo de dinâmica, pelas competências a serem trabalhadas e a lista de material necessária. Ao efetuar a lista averiguar se os materiais precisos estão disponíveis na sede ou podem ser adaptados a algo que já exista, priorizando sempre a reutilização. Se não for possível, optar por reciclar materiais existentes nos que são necessários. Comprar apenas se for indispensável e, ao fazê-lo procurar adquirir os produtos no comércio local e procurar que os mesmos sejam duradouros e facilmente adaptáveis a outras circunstâncias.
  3. Ementa – Para fugir à tradicional alimentação de atividade, baseada em comidas rápidas e, muitas vezes, enlatadas, existem diversas opções práticas que podem ser feitas. Desde optar por uma refeição vegetariana, e equilibrar o número de refeições de peixe e carne, passando por um prato colorido e tendo sempre pelo menos 3 legumes e uma peça de fruta por refeição. O ideal seria respeitar a roda dos alimentos na preparação da ementa e procurar comprar os frescos da época e locais.
  4. Construções em campo – Desenhar previamente as estruturas que serão montadas atendendo às condições do campo, quer sejam apoios como árvores, à madeira disponível e ao consumo de todo o material que será necessário para a execução das mesmas. Avaliar a disponibilidade de madeira e procurar medidas standart para que se reduza a quantidade de floresta abatida ou se procure o reaproveitamento. No caso de ser necessário madeira nova, procurar abater floresta invasora do local. Relativamente à quantidade de sisal necessário, procurar cortar a quantidade aproximadamente necessária e no final do seu uso conservar por forma a poder ser reutilizado. Ter também em atenção as ferramentas utilizadas e garantir a sua proteção, manutenção e conservação.
  5. Aplicar o sistema de patrulha – Será igualmente relevante para um bom funcionamento que os cargos de cada bando, patrulha, equipa ou tribo estejam em funcionamento garantindo que as preocupações estão divididas por cada um dos elementos e que os mesmos se organizam e se dedicam à sua função pensando também na sustentabilidade da mesma.
  6. Criar uma ligação com a comunidade local – É interessante estudar as necessidades da comunidade e trabalhar em conjunto com as organizações e instituições locais, de forma a contribuir para um desenvolvimento local mais sustentável. Assim, age-se localmente ao pensar global.
  7. Ter em atenção a localização do campo – Além de se escolher um local em que seja possível a realização de todas as atividades programadas, é necessário dar a devida atenção ao meio de transporte usado, privilegiando sempre a caminhada e os transportes públicos.
  8. Fazer uma correta gestão dos resíduos – A separação de resíduos (reciclagem) deve ser uma constante ao longo da atividade, bem como uma zona para depositar resíduos orgânicos. 
  9. Controlo de recursos hídricos – É indispensável existir um controlo rigoroso dos gastos de água, quer seja na cozinha, na higiene pessoal ou nas atividades realizadas. Sempre que o gasto de água não consegue ser mais reduzido, deve-se então encontrar formas de reutilizar essa mesma água.
  10.  Elaborar um relatório pós-atividade – O melhor método das atividades serem cada vez mais sustentáveis é refletir sobre o que foi feito. Assim, dá-se continuação às boas práticas e tenta-se encontrar soluções para o que não correu tão bem.