Contexto Histórico dos Direitos Humanos

Numa era cada vez mais global, surge a necessidade de se salientar a importância de um conjunto de princípios inabaláveis que transcendem fronteiras, culturas e crenças. A essas normas chamamos de direitos humanos, uma afirmação essencial da nossa humanidade rumo à dignidade, igualdade e justiça para o Homem. Os desafios complexos atuais e as diferenças profundas têm vindo a desafiar a permanência dos direitos humanos como uma força motriz e um ideal partilhado que une a humanidade na procura pela equidade e respeito mútuo – “pensar global e agir local”.

Mas afinal o que são os Direitos Humanos? São normas que afirmam e asseguram a dignidade inerente a todos os seres humanos. Através deles, é regido o modo como os seres humanos individualmente devem viver em sociedade e entre si, bem como sua relação com o Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles. Agregadas ao conceito de Direitos Humanos, estão as noções de universalidade, inalienabilidade, indivisibilidade, interdependência, igualdade, não discriminação, participação, inclusão e responsabilização.

Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento composto por 30 artigos que estabelecem quais os direitos básicos e inalienáveis dos seres humanos, não obstante a raça, religião, posição social ou género. Por definição, é “o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição” (ONU, 1948).

E porque é que os Direitos Humanos estão e devem estar associados ao Escutismo? Embora o Escutismo não seja uma organização diretamente ligada aos Direitos Humanos, desempenha um papel fundamental na promoção dos Direitos Humanos, especialmente entre os jovens, ao promover valores e práticas que estão alinhados com os princípios fundamentais dos mesmos e formar jovens cidadãos conscientes, empenhados e ativos, que estão mais propensos a respeitar e promover os direitos humanos no quotidiano e nas suas comunidades. O respeito pela diversidade, o serviço à comunidade e a conscientização ambiental são alguns exemplos de atitudes pelas quais o escutismo contribui para a promoção dos direitos humanos, através do método de educação não-formal.

Celebra-se a 10 de dezembro o Dia dos Direitos Humanos, dia da adoção, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Neste 75º aniversário, o CNE reafirma e compromete-se com o seu total empenho e cometimento para com os princípios enunciados na DUDH, uma vez que “os direitos humanos pertencem a todos e a todas e a cada um de nós igualmente” (ONU).

THE ACADEMY – 2022

O CNE esteve presente na The Academy 2022, que decorreu de 2 a 6 de novembro, em Vilnius, a capital da Lituânia.

The Academy é uma atividade proporcionada pelas Regiões Europeias da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME) e da World Association of Girl Guides and Girl Scouts (WAGGGS) e que conta com o apoio da União Europeia e tem como objetivo a partilha de boas práticas, ferramentas e soluções para problemas que são comuns nas várias associações escutistas e guidistas, espalhadas por toda a Europa.
O CNE fez-se representar por seis elementos, o Guilherme Gigante e a Margarida Rodrigues, do Departamento Nacional dos Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS); o Filipe Pontes e a Tânia Pedroso, das Equipas pedagógicas da III e da IV, respetivamente; a Margarida Monteiro e o Tomás Serra, da Equipa Nacional dos Jovens Conselheiros.
A Scout Academy é um evento aberto a todos aqueles que tenham uma posição a nível nacional nas associações que integram a OMME ou a WAGGGS ou a membros dos grupos de trabalho europeu.
Os representantes portugueses tiveram uma participação ativa nas mais de 60 sessões, trocando opiniões e experiência com os mais de 200 escuteiros e guias de 38 países diferentes, sobre a sustentabilidade, educação e voluntariado.

1º Fórum de Sustentabilidade Europeu 2022

Decorreu nos dias 20 a 24 de Outubro de 2022, no Houens Odde Scout Centre na Dinamarca, o primeiro fórum de Sustentabilidade Europeu, dinamizado pela Região Europeia da WOSM (Organização Mundial do Movimento Escutista) e contou com a participação do CNE.

A sustentabilidade ambiental é uma das prioridades estratégicas da Região Europeia e este fórum, embora planeado no triénio passado, é um ponto de partida perfeito para os objetivos definidos, bem como um ponto de partida de uma rede regional de membros das associações escutistas trabalhando o tema da sustentabilidade

Este evento contou com 56 participantes de 26 organizações escutistas diferentes e focou-se na criação de uma rede europeia para a partilha de boas práticas e projetos de âmbito ambiental.

O CNE esteve representado por Francisco Gouveia, membro do Departamento Nacional de Ambiente e Inês Faria, do Departamento Nacional dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

No fórum, que decorreu ao longo de quatro dias, houve sessões sobre a nova insígnia mundial do ambiente (IMA) – a Earth Tribe, bem como sessões sobre como desenvolver projetos focados nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e ainda algumas sessões de partilha, onde foi possível apresentar o que o CNE (Corpo Nacional de Escutas) está a desenvolver nestas duas áreas – Earth Tribe e ODS.

O campo escutista que acolheu o fórum está localizado numa zona remota da Dinamarca e pertence à rede SCENES (Centros Escutistas de Excelência para a Natureza, Ambiente e Sustentabilidade), que o qualifica como um campo de excelência em práticas de sustentabilidade.

Descobre quais os projetos implementados no CNE, aqui e aqui.

Texto: DNA e DNODS

Fotografias: Participantes