O CNE, representado pelos Departamentos Nacionais de Ambiente (DNA) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (DNODS), esteve presente na 10ª edição do Fórum Europeu sobre Métodos Educativos. O evento, promovido pela Região Europeia da WOSM, realizou-se em Skopje, na Macedônia do Norte, entre os dias 11 e 15 de outubro.
O objetivo do encontro, que reuniu 84 participantes em representação de 23 países, foi discutir o método Escutista, partilhar boas práticas e fortalecer uma rede de conhecimentos entre as várias Associações e Organizações Escutistas. Os temas discutidos foram abrangentes, incluindo o voluntariado, a educação para a paz, a digitalização e a inovação, a saúde mental e a sustentabilidade, que se destacou como o tema principal.
O DNA e o DNODS tiveram a oportunidade de partilhar o trabalho desenvolvido pelo CNE na promoção do ambiente e sustentabilidade como tema pedagógico, nomeadamente através da implementação das iniciativas Earth Tribe e Compromisso 2030. O envolvimento do CNE nestas áreas destacou-se como referência no Escutismo Europeu.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada por todos os Estados-Membros das Nações Unidas em 2015, e que entrou oficialmente em vigor em 2016, define as prioridades e aspirações do desenvolvimento sustentável global para 2030 e procura mobilizar esforços globais à volta de um conjunto de objetivos e metas comuns.
São 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que representam um apelo urgente à ação de todos os países – desenvolvidos e em desenvolvimento – para uma parceria global.
O CNE não ficou para trás e, no sentido de incentivar a participação e reconhecer os esforços feitos pelos escuteiros da associação, na prossecução das metas dos ODS, foi criada em 2021 a Insígnia Compromisso 2030. No primeiro ano, foram atribuídas +120 insígnias a escuteiros de todas as secções (desde os 6 aos 22 anos, e também aos seus animadores), certificando e reconhecendo o seu excelente trabalho e atuação em prol de um mundo mais justo e sustentável.
O processo é simples e intuitivo, basta seguir as indicações descritas no nosso site. De forma a poderes aceder ao mesmo, scaneia o QR Code abaixo:
Como sabemos que a melhor motivação é pela demonstração, o DNODS pediu à Comunidade de Pioneiros do Agrupamento 902 Moreira da Maia, Região do Porto, Núcleo Litoral para dar o seu testemunho desde o processo de candidatura à receção da insígnia:
Enquanto escuteiros não haverá um momento em que não pensemos na nossa máxima de tornar o mundo um pouco melhor. Será isto assim tão abstrato? Como se concretiza? Pensamos ter encontrado o desafio certo com o compromisso 2030.
Acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas… Certamente é sonhar alto se dissermos que um grupo de 35 pioneiros está à altura para o alcançar. A verdade é que apesar de muitos e bons, dinâmicos e criativos, somos muitos mais.
Com o início do ano escuta, o desejo de encontrar algo novo e a urgência a qual este tema nos chama fez com que uma das equipas encontrasse uma insígnia com que se identificasse e assim a partilhasse com o resto da comunidade. Infelizmente, no meio de tantos projetos bons das outras 4 equipas, acabou por não ser escolhida.
Após meses, ainda com a cabeça no sonho do fazer parte dos grupo de jovens que assume o Compromisso 2030, algo totalmente inesperado aconteceu.
No nosso ACANUC, que teve como premissa a sustentabilidade, participamos durante 3 dias em diversas atividades que nos permitiram conhecer e pôr em prática diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Sem sequer notarmos, todo o acampamento teria sido planeado para a grande surpresa que nos foi revelada na atividade de encerramento: tínhamos acabado de atingir todos os objetivos da insígnia Compromisso 2030. Assim, os 16 agrupamentos cumpriram todos os desafios propostos e, sem se aperceberem, tinham acabado de se tornar o maior grupo do país a receber a insígnia Compromisso 2030 em simultâneo. Com grandes e pequenos gestos, fomos todos capazes de deixar uma marca bastante positiva para o nosso ambiente e mostrar que estamos preparados para sermos cidadãos exemplares do Amanhã.
Isso fez-nos ver, mais uma vez, que temos o poder de mudar o mundo e torná-lo melhor todos os dias. Com ações que parecem mínimas, mas fazem uma grande diferença.
Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões.
Comunidade 93, Agrupamento 902
Então? De que esperas? Candidata-te em Subunidade ou individualmente e recebe a Insígnia do Compromisso 2030!
Estás à procura de uma forma criativa e divertida de trabalhar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) com a tua Secção? Não precisas de procurar mais, porque chegou o Jogo Compromisso 2030!
Foi no ACANAC’22 que o Departamento Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (DNODS) apresentou o Jogo Compromisso 2030. Este projeto consiste num jogo de tabuleiro, parecido com o tão famoso “Jogo da Glória”, com perguntas, desafios e ações criados para todas as Secções sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O jogo foi criado para ser jogado numa lona grande, para que os participantes possam andar pelo tabuleiro, e está também disponível para ser impresso em qualquer outro formato, conforme o que for mais prático para os Agrupamentos.
O jogo, que está incluído na iniciativa Compromisso 2030 do CNE, tem como objetivo criar uma rede de conhecimento, reflexão e atuação dos Escuteiros em prol de um mundo mais sustentável, promovendo a cidadania responsável. Pretende-se que cada Escuteiro aprenda, desenvolva competências e se envolva na prossecução dos ODS, individualmente e em conjunto, localmente e com um pensamento global, deixando desta forma o mundo um pouco melhor do que o encontrou.
Desde que foi estreado em Idanha-a-Nova, o Jogo Compromisso 2030 não parou por aí! Em dezembro, o grande tabuleiro esteve presente no terceiro Encontro Nacional de Delegados de Ambiente e Sustentabilidade, em Fátima. Foi um fim de semana dedicado à partilha de experiências, expectativas, materiais e recursos, bastante animado e, claro, com muitos ODS! Alguns Delegados presentes neste Encontro descreveram o Jogo Compromisso 2030:
Fomos convidados a participar em equipas e a responder a um conjunto de questões que nos alertaram e fizeram pensar nos desafios dos próximos tempos. O jogo é uma ferramenta aliciante porque permite de forma leve e descontraída abordar os 17 ODS, e que pode ser utilizada em qualquer sede, por secção, ou até mesmo em atividades de carácter mais geral.
Bruno Pedrosa, dirigente, Agrupamento 714-Albufeira
O Jogo Compromisso 2030 é uma excelente opção para abordar os ODS e toda a sua temática. Não só é uma forma pedagógica, pois transmite a quem joga várias informações sobre o tema e nos impele a tomar a ação, como também é uma forma divertida de aprender, quer em equipa quer individualmente através de uma competição saudável. Sem dúvida que é uma excelente ferramenta a utilizar!
Diogo Sousa, candidato a dirigente, Agrupamento 1242-Ramada
O Jogo Compromisso 2030 é um jogo de tabuleiro, talvez deva dizer um jogo de chão, ao estilo sobe e desce, que nos convida a mergulhar nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Durante todo o jogo fui-me apercebendo de várias coisas que acredito que vale a pena destacar:
A universalidade: pode ser jogado por lobitos ou dirigentes e até por lobitos e dirigentes em simultâneo; a diversão: é um jogo, há espaço para brincar, para rir e errar; a oportunidade pedagógica: é uma oportunidade para trabalhar os ODS, mas sobretudo, cria o espaço para os desmontar e olhar para eles de novos pontos de vista; o paralelo: durante um século o escutismo tem crescido em Portugal e permitido um desenvolvimento nas mais diversas dimensões de cada jovem. Acredito que a chave deste sucesso também está no jogo.
As regras estão lançadas. Individualmente e como movimento somos chamados a fazer mais pelo planeta e sociedade onde vivemos. Jogamos?
Sara Martins, dirigente, Agrupamento 1250 Adães
Mas a que se deve toda esta diversão? Será este jogo realmente uma boa proposta pedagógica? Joga com a tua Secção e descobre! O jogo está disponível para download através do QR Code.
De que estás à espera? Chegou o Jogo Compromisso 2030!
O CNE esteve presente na The Academy 2022, que decorreu de 2 a 6 de novembro, em Vilnius, a capital da Lituânia.
The Academy é uma atividade proporcionada pelas Regiões Europeias da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME) e da World Association of Girl Guides and Girl Scouts (WAGGGS) e que conta com o apoio da União Europeia e tem como objetivo a partilha de boas práticas, ferramentas e soluções para problemas que são comuns nas várias associações escutistas e guidistas, espalhadas por toda a Europa.
O CNE fez-se representar por seis elementos, o Guilherme Gigante e a Margarida Rodrigues, do Departamento Nacional dos Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS); o Filipe Pontes e a Tânia Pedroso, das Equipas pedagógicas da III e da IV, respetivamente; a Margarida Monteiro e o Tomás Serra, da Equipa Nacional dos Jovens Conselheiros.
A Scout Academy é um evento aberto a todos aqueles que tenham uma posição a nível nacional nas associações que integram a OMME ou a WAGGGS ou a membros dos grupos de trabalho europeu.
Os representantes portugueses tiveram uma participação ativa nas mais de 60 sessões, trocando opiniões e experiência com os mais de 200 escuteiros e guias de 38 países diferentes, sobre a sustentabilidade, educação e voluntariado.
Neste início de ano e com o regresso aos acampamentos, é fundamental analisar qual a melhor estratégia para a execução de atividades fora da sede. É essencial planear ponto a ponto tudo o que se vai realizar contemplando não só as questões logísticas, pedagógicas e espirituais, mas em tudo pensar de que forma podem estar alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as propostas da Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade dentro desta temática.
A pensar em todos os objetos mencionados anteriormente, este artigo pretende ser uma ferramenta de auxílio, direcionada a todas as secções, no qual constam dicas e ideias de como no planeamento e execução dos acampamentos ou atividades fora da sede, se pode tornar as mesmas o mais ambientalmente sustentável possível, sabendo que existem sempre limitações. Desta forma, lançamos 10 pontos a trabalhar e como os mesmos podem ser explorados:
Conceber um plano rigoroso e concreto – Ao planear a atividade, é importante definir quais e de que forma se pretende contribuir para os ODS ao longo das atividades. É também relevante, garantir uma gestão eficiente do tempo para que todas as metas previamente estabelecidas possam ser cumpridas.
Planeamento do material – Ao planear o ou os dias é importante programar cada atividade pormenorizadamente, desde os objetivos que se pretende atingir, passando pelo tipo de dinâmica, pelas competências a serem trabalhadas e a lista de material necessária. Ao efetuar a lista averiguar se os materiais precisos estão disponíveis na sede ou podem ser adaptados a algo que já exista, priorizando sempre a reutilização. Se não for possível, optar por reciclar materiais existentes nos que são necessários. Comprar apenas se for indispensável e, ao fazê-lo procurar adquirir os produtos no comércio local e procurar que os mesmos sejam duradouros e facilmente adaptáveis a outras circunstâncias.
Ementa – Para fugir à tradicional alimentação de atividade, baseada em comidas rápidas e, muitas vezes, enlatadas, existem diversas opções práticas que podem ser feitas. Desde optar por uma refeição vegetariana, e equilibrar o número de refeições de peixe e carne, passando por um prato colorido e tendo sempre pelo menos 3 legumes e uma peça de fruta por refeição. O ideal seria respeitar a roda dos alimentos na preparação da ementa e procurar comprar os frescos da época e locais.
Construções em campo – Desenhar previamente as estruturas que serão montadas atendendo às condições do campo, quer sejam apoios como árvores, à madeira disponível e ao consumo de todo o material que será necessário para a execução das mesmas. Avaliar a disponibilidade de madeira e procurar medidas standart para que se reduza a quantidade de floresta abatida ou se procure o reaproveitamento. No caso de ser necessário madeira nova, procurar abater floresta invasora do local. Relativamente à quantidade de sisal necessário, procurar cortar a quantidade aproximadamente necessária e no final do seu uso conservar por forma a poder ser reutilizado. Ter também em atenção as ferramentas utilizadas e garantir a sua proteção, manutenção e conservação.
Aplicar o sistema de patrulha – Será igualmente relevante para um bom funcionamento que os cargos de cada bando, patrulha, equipa ou tribo estejam em funcionamento garantindo que as preocupações estão divididas por cada um dos elementos e que os mesmos se organizam e se dedicam à sua função pensando também na sustentabilidade da mesma.
Criar uma ligação com a comunidade local – É interessante estudar as necessidades da comunidade e trabalhar em conjunto com as organizações e instituições locais, de forma a contribuir para um desenvolvimento local mais sustentável. Assim, age-se localmente ao pensar global.
Ter em atenção a localização do campo – Além de se escolher um local em que seja possível a realização de todas as atividades programadas, é necessário dar a devida atenção ao meio de transporte usado, privilegiando sempre a caminhada e os transportes públicos.
Fazer uma correta gestão dos resíduos – A separação de resíduos (reciclagem) deve ser uma constante ao longo da atividade, bem como uma zona para depositar resíduos orgânicos.
Controlo de recursos hídricos – É indispensável existir um controlo rigoroso dos gastos de água, quer seja na cozinha, na higiene pessoal ou nas atividades realizadas. Sempre que o gasto de água não consegue ser mais reduzido, deve-se então encontrar formas de reutilizar essa mesma água.
Elaborar um relatório pós-atividade – O melhor método das atividades serem cada vez mais sustentáveis é refletir sobre o que foi feito. Assim, dá-se continuação às boas práticas e tenta-se encontrar soluções para o que não correu tão bem.